TDA - Meninas (os)


De acordo com a ABDA, Associação Brasileira do Déficit de atenção, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, se caracteriza por um padrão crônico e persistente de comprometimento, cujos sintomas cardinais são os de desatenção, hiperatividade e ou impulsividade. Estes fatores associados afetam a qualidade de vida dos portadores de maneira global, ou seja, a vida afetiva, social, profissional, e acadêmica. Acrescenta-se a isso: disfunções executivas, dificuldade de organização, planejamento, administração do tempo, lembrança de datas, compromissos importantes, dentre outros.
De acordo com Rotta e Colaboradores (2016 apud SANTOS; FRANCKE, 2017)
O TDAH é multifatorial, associando-se a variáveis tanto ambientais, quanto clínicas, com base neurológica. Algumas pesquisas sugerem a existência de componentes genéticos (hereditariedade), apontando estar em 25% dos familiares, em primeiro grau. Estudos indicam que mulheres com complicações na gravidez, e no parto, expostas às substâncias químicas como chumbo aumentam também as probabilidades de que a criança tenha o transtorno (ROTTA; COLABORADORES, 2016).
Como resultado deste quadro, percebe-se o comprometimento do rendimento e desempenho pessoal, falta de habilidade social, resolução e enfrentamento de crises, mal gerenciamento do tempo e vida financeira, que levam aos poucos os portadores de TDAH assumirem uma autoimagem negativa, isolamento da família, amigos e colegas de trabalho.
Existe hoje um quantidade muito grande de literatura sobre o tema, mas grande parte dela está relacionada a estudos relacionados ao sexo masculino, e crianças, por terem sidos estes objeto de estudos dos pesquisadores durante muitos anos.
Estudos mais atuais sobre o TDAH têm apontado para as diferenças do transtorno encontradas em meninos e meninas, e encontraram - nas meninas - a predominância da desatenção, porém sem hiperatividade, e nos meninos a impulsividade, comportamento desafiador e hiperatividade.
Em seu estudo sobre TDAH, Signor e Santana (2015) - fonoaudiólogas e doutoras em linguística chamam atenção para um fato muito comum atualmente, que é considerar portadora de "distúrbios" e "dificuldades" de leitura e escrita toda criança com baixo rendimento escolar. Segundo o parecer das mesmas frequentemente estas ao serem encaminhadas para uma avaliação médica e equipe multidisciplinar acabam por receber o diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). As autoras acrescentam que ao analisar a concepção de escrita é possível compreender que a avaliação pautada no paradigma organicista desconsidera a linguagem em si, ou seja, o texto como lugar de produção de sentidos. Signor e Santana (2015) defendem que para que o diagnóstico possa ser feito de maneira adequada é importante que o profissional seja conhecedor do desenvolvimento infantil e esteja atento ao que é esperado em termos de comportamentos para cada faixa etária.
Outra questão importante destacada por Signor e Santana (2015) é que em um diagnóstico é importante que sejam consideradas questões como: comportamento em cada faixa etária, a diferença entre uma criança e outra dentro da evolução dos estágios de desenvolvimento, a realidade sócio cultural - levando-se em conta todo o entorno - trajetórias de vida, as relações estabelecidas com a família e com elas mesmas, historicidade, etc.
Signor e Santana (2015) são da opinião que ao fazer o diagnóstico de TDAH é fundamental que se considere a linguagem na concepção da escrita, o texto como lugar de produção de sentidos, pois usualmente o foco recai sobre a dimensão escrita, que neste caso é usado como código escrito, (...) limpeza do caderno, a folha amassada, o traçado da letra, se faltam letras, se sobram letras, se estas estão invertidas. As autoras ainda acrescentam que, (...) mais problemático do isso, ao se olhar para as letras que sobram e as letras que faltam, o profissional desconsidera que tais acontecimentos não representam sinais de um distúrbio; fazem parte sim do processo de apropriação da linguagem escrita.


Referências Bibliográficas
SIGNOR, Rita de Cassia Fernandes; SANTANA, Ana Paula Oliveira de - A outra face do Transtorno de Défict de Atenção e Hiperatividade. Disponível em -defile:///C:/Users/Sirley%20Avilla/Downloads/19700-57923-4-PB.pdf . Acesso em 27 set. 2019

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